Recentemente, no nosso clube do livro na Twitch, começamos a leitura conjunta de Ressurreição do Tolstói, um livro que é bem promissor por falar bastante sobre a sociedade e a integridade do ser humano. Ao mesmo tempo, resolvi retomar a leitura de um livro que iniciei há uma semana (ou mais) que tem sido uma leitura um pouco estranha, confesso que não sei exatamente o que deveria estar sentindo sobre Meu ano de descanso e relaxamento.
Começamos a leitura de Ressurreição no dia 15 de Novembro, que na verdade era para ter começado no dia 13, mas eu estava tão cansada da semana anterior que aconteceram muitas coisas e eu nem tive forças de abrir a live. Mas foi bom ter começado no dia 15 porque algumas pessoas pegaram a edição de Ressurreição da Mimética que está bem baratinha. O início do livro é bem promissor, já que temos o julgamento de Máslova, uma prostituta acusada de ter envenenado uma pessoa e o príncipe Nekhliúdov, que faz parte do júri, reconhece a criada pela qual tinha se apaixonado quando tinha 19 anos.
O mais interessante em Ressurreição, até o momento, é como Tolstói tem construído a narrativa ao redor dos personagens para mostrar a hipocrisia e questionar os métodos de condenação. E depois que eu li o livro do Drauzio Varela, o Estação Carandiru, que até discutimos com o pessoal do Catarse, me fez perceber coisas que eu nunca tinha parado para pensar sobre os problemas que o sistema carcerário enfrenta (e que talvez nunca tenha solução). Na meta de hoje, domingo, chegamos em um momento que um dos personagens de Ressurreição fala muito sobre Deus e a relação que essa figura tem com àquilo que está acontecendo em sua vida e eu precisei pesquisar um pouco mais sobre como Tolstói via a construção da igreja e a sua visão sobre a instituição, que não apenas me deixou surpresa, como me fez procurar mais sobre um livro que ele escreveu chamado O reino de Deus está em vós e logo nas páginas iniciais ele solta a seguinte frase:
Fala-se da hipocrisia dos fariseus. Mas a hipocrisia dos homens de nosso tempo supera em muito aquela, relativamente inócua dos fariseus
E homem, pasmem!, escreveu isso em 1890.
Também continuei a leitura de Meu ano de descanso e relaxamento, um livro que ainda estou tentando entender meus sentimentos sobre ele. A premissa é interessante (e triste): nós temos uma personagem que perdeu o pai e a mãe e encontra-se em seu apartamento, trancada, num momento em que ela chama de ano de descanso e relaxamento, um ano que ela tem como objetivo hibernar, porém ela está visivelmente passando por algo muito mais profundo, totalmente relacionado à sua saúde mental.
Como disse, a premissa do livro é interessante, mas o desenvolvimento e a profundidade que a autora está dando aos tópicos está me fazendo duvidar o que exatamente ela quer apresentar no final. Ontem durante a nossa live na Twitch cheguei em 52% e vou continuar a leitura para saber se vou gostar de fato ou não.
E o que você está lendo por aí?
Eu tô muito feliz por ter começado Ressurreição na leitura conjunta porque as nossas discussões me proporcionam uma profundidade, olhares por perspectivas diferentes que tornam a experiência especial demais! Amei o primeiro post <3
ResponderExcluir