sábado, 18 de novembro de 2023

A leitura de Ressurreição do Tolstói e continuando a leitura de um livro estranho

Recentemente, no nosso clube do livro na Twitch, começamos a leitura conjunta de Ressurreição do Tolstói, um livro que é bem promissor por falar bastante sobre a sociedade e a integridade do ser humano. Ao mesmo tempo, resolvi retomar a leitura de um livro que iniciei há uma semana (ou mais) que tem sido uma leitura um pouco estranha, confesso que não sei exatamente o que deveria estar sentindo sobre Meu ano de descanso e relaxamento.

Começamos a leitura de Ressurreição no dia 15 de Novembro, que na verdade era para ter começado no dia 13, mas eu estava tão cansada da semana anterior que aconteceram muitas coisas e eu nem tive forças de abrir a live. Mas foi bom ter começado no dia 15 porque algumas pessoas pegaram a edição de Ressurreição da Mimética que está bem baratinha. O início do livro é bem promissor, já que temos o julgamento de Máslova, uma prostituta acusada de ter envenenado uma pessoa e o príncipe Nekhliúdov, que faz parte do júri, reconhece a criada pela qual tinha se apaixonado quando tinha 19 anos.

Ressurreição, Tolstói

O mais interessante em Ressurreição, até o momento, é como Tolstói tem construído a narrativa ao redor dos personagens para mostrar a hipocrisia e questionar os métodos de condenação. E depois que eu li o livro do Drauzio Varela, o Estação Carandiru, que até discutimos com o pessoal do Catarse, me fez perceber coisas que eu nunca tinha parado para pensar sobre os problemas que o sistema carcerário enfrenta (e que talvez nunca tenha solução). Na meta de hoje, domingo, chegamos em um momento que um dos personagens de Ressurreição fala muito sobre Deus e a relação que essa figura tem com àquilo que está acontecendo em sua vida e eu precisei pesquisar um pouco mais sobre como Tolstói via a construção da igreja e a sua visão sobre a instituição, que não apenas me deixou surpresa, como me fez procurar mais sobre um livro que ele escreveu chamado O reino de Deus está em vós e logo nas páginas iniciais ele solta a seguinte frase:

Fala-se da hipocrisia dos fariseus. Mas a hipocrisia dos homens de nosso tempo supera em muito aquela, relativamente inócua dos fariseus

E homem, pasmem!, escreveu isso em 1890. 

Também continuei a leitura de Meu ano de descanso e relaxamento, um livro que ainda estou tentando entender meus sentimentos sobre ele. A premissa é interessante (e triste): nós temos uma personagem que perdeu o pai e a mãe e encontra-se em seu apartamento, trancada, num momento em que ela chama de ano de descanso e relaxamento, um ano que ela tem como objetivo hibernar, porém ela está visivelmente passando por algo muito mais profundo, totalmente relacionado à sua saúde mental.

Meu ano de descanso e relaxamento

Como disse, a premissa do livro é interessante, mas o desenvolvimento e a profundidade que a autora está dando aos tópicos está me fazendo duvidar o que exatamente ela quer apresentar no final. Ontem durante a nossa live na Twitch cheguei em 52% e vou continuar a leitura para saber se vou gostar de fato ou não.

E o que você está lendo por aí? 

1 Comments:

  1. Eu tô muito feliz por ter começado Ressurreição na leitura conjunta porque as nossas discussões me proporcionam uma profundidade, olhares por perspectivas diferentes que tornam a experiência especial demais! Amei o primeiro post <3

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